Pesquisa Seta/Band: Leitor pergunta qual a opinião desse rabiscador sobre o resultado

Um leitor desse RSJ entra em contato e pede minha opinião sobre a pesquisa Seta/Band divulgada na noite de ontem. Ele cita que alguns, com o resultado dessa pesquisa, já estão dizendo que a governadora Fátima Bezerra será reeleita no primeiro turno.

Caro leitor, inicio dizendo que para fazer uma análise de uma pesquisa é necessário ter o relatório com todas as informações, como locais das entrevistas, desempenho dos candidatos por local, percentual de rejeição, e muito mais. Nos resultados das perguntas cruzadas é que está a cereja do bolo.

Mas, como não tenho esse relatório – e para satisfazer sua curiosidade – vou fazer uma comparação simplista entre duas pesquisas do instituto Seta. Uma divulgada em fevereiro desse ano e a divulgada ontem. Confira gráficos das duas:

As duas pesquisas têm amostragens parecidas: 1.600 entrevistas na de fevereiro e 1.500 na de ontem. A margem de erro também é bem parecida: 2,5% e 2,7%.

Agora vamos analisar os números das duas pesquisas.

Fátima Bezerra na pesquisa de fevereiro obteve 37,1% e na de ontem 34%. Uma diferença a menos de 3,1 pontos percentuais, bem aproximada com a margem de erro, que gira entre 2,5% e 2,7%.

Fábio Dantas, que teve o lançamento de sua pré-candidatura há cerca de duas semanas, ficou em segundo lugar nas intenções de voto, obtendo 10%. Ele ficou à frente de Styvenson Valentim (8%) e de Haroldo Azevedo (3,8%), que tem seus nomes pesquisados há mais tempo.

É bom ressaltar que na pesquisa de fevereiro apareceu o nome do prefeito de Natal, Álvaro Dias, com 14,4%. Na pesquisa recente o nome dele não entrou. Aí a pergunta que fica: para qual pré-candidato foram essas intenções de voto, já que Fátima Bezerra e Styvenson Valentim foram menos citados e que Haroldo Azevedo aumentou apenas um ponto percentual?

De forma simplista podemos imaginar que foi Fábio Dantas que absorveu parte dessas intenções de voto que eram de Álvaro Dias. Repetindo: para uma melhor análise é preciso ter o relatório em mãos para verificar mais informações.

Outro detalhe: aumentaram os percentuais de ‘branco/nulo/nenhum’, de 22,4% para 28,3%, e o de ‘não sabe/não respondeu’, de 9,6% e 13,1%.

Dois números chamaram a minha atenção. Um que a governadora não consegue alcançar, pesquisa após pesquisa, a casa dos 38%. O outro, o bom desempenho de Fábio Dantas em relação aos de Styvenson e de Haroldo, logo na primeira pesquisa em que o nome dele apareceu.

Para finalizar: pesquisa é o retrato do momento. Um novo fato que aconteça poderá modificar completamente a intenção de voto do eleitorado.

Pesquisa é boa para que os coordenadores de campanha tenham em mãos elementos para aumentar o desempenho de seus candidatos e para sanar erros. Infelizmente, a maioria usa também para fazer ‘oba oba’, cantando vitória.

Vamos acompanhar.