Ex-funcionário do Banco do Brasil foi condenado por se apropriar de R$ 100 mil para pagar agiotas
setembro 11, 2019
O juiz Bruno Montenegro Ribeiro Dantas, em processo da
comarca de Acari, condenou o ex-funcionário do Banco do Brasil, Carlos Humberto
Pelluchera de Abreu, a cinco anos e seis meses de reclusão em regime fechado
pela prática do crime de peculato, após subtrair a quantia de R$ 100 mil para
pagar dívidas contraídas por sua mãe com agiotas. O magistrado determinou ainda
a restituição dos valores aos cofres públicos.
Pela denúncia do Ministério Público Estadual, Carlos
Humberto era caixa executivo na agência do Banco do Brasil em Acari, quando, em
agosto de 2011, subtraiu a quantia de R$ 100 mil. De acordo com a investigação,
o então funcionário chegou ao trabalho normalmente, cumpriu o expediente da
manhã, saiu na hora do almoço e não retornou. Após tentativas de contato
telefônico, o gerente da agência fechou o caixa do dia e constatou o desfalque
de R$ 100.194,08.
A polícia da cidade de Caicó, onde o acusado residia, foi
acionada. Os policiais, então, foram até a casa de Carlos Humberto, sendo
informado por vizinhos que ele, juntamente com a família, teria saído na noite
anterior. Localizado posteriormente, o acusado confessou a prática do delito.
Contudo, até hoje a quantia não foi restituída aos cofres públicos.
Em seu depoimento, o acusado relatou que estava trabalhando
normalmente quando, por volta das 10h30, recebeu uma ligação de sua mãe,
compradora compulsiva, a qual estava desesperada e chorando por estar sendo
pressionada a efetuar um pagamento de débitos com agiotas e não estava
conseguindo e que ela já vinha recebendo ameaças anteriores.
Carlos Humberto afirmou que já havia feito empréstimos
anteriores tentando quitar débitos da mãe, estando naquela ocasião sem margem
suficiente para um novo empréstimo.
Revelou ainda que antes do encerramento do expediente
recebeu um novo telefonema, dessa vez de um agiota, o qual disse que daria um
prazo de 24 horas para que o pagamento fosse efetuado, caso contrário cobraria
de outra forma, entendendo que esse pagamento seria com a vida de sua mãe.
Diante das ameaças, diz ter entrado em desespero, e ter se apossado
dos valores de seu caixa, com os quais quitou parte dos débitos de sua mãe em
Natal, restando outros débitos que diz não ter conseguido quitar.
Ao analisar o processo, o juiz Bruno Montenegro considerou
que a materialidade e a autoria ficaram devidamente demonstradas pelas provas
testemunhais produzidas e pela própria confissão do réu. O julgador aponta que
o crime de peculato é, em sua essência, a apropriação indébita cometida por
funcionário público como decorrência do abuso do cargo ou infidelidade a este.
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