MPF recomenda paralisação da obra do Cais de Pipa
junho 14, 2018
O Ministério Público Federal (MPF) enviou uma recomendação à
Secretaria do Patrimônio da União (SPU), ao Instituto de Desenvolvimento e Meio
Ambiente do RN (Idema), à Caixa Econômica Federal e ao município de Tibau do
Sul para que suspendam contrato, licenças e repasses para a construção do Cais
de Pipa, localizado na praia de Tibau do Sul.
A recomendação assinada pelo procurador da República, Felipe
Siman, é resultado de um inquérito civil em andamento e ressalta que uma perícia
do MPF constatou falhas no licenciamento ambiental para a construção do cais. A
licença foi concedida pelo Idema sem os estudos ambientais necessários para
avaliar os verdadeiros impactos da obra e foi em cima desse licenciamento que a
SPU e a Caixa Econômica avaliaram a regularidade do empreendimento.
Vistoria do próprio Idema, realizada em 22 de março,
verificou que, “embora a obra não tivesse iniciado”, a área já vinha sofrendo
intervenção, incluindo escavação na praia, com utilização de retroescavadeira a
apenas 1,30 metro de distância da falésia. Também constatou-se a presença de 12
estacas de concreto, deixadas aleatoriamente no local.
A denúncia ao MPF foi formalizada pela Associação Civil
Catavento, que apresentou abaixo-assinado e levantou questões sobre a possível
“inutilidade da obra em grande parte do ano”. Os recursos para a construção
foram obtidos através de um contrato formalizado em dezembro de 2015, que
previa R$ 487,5 mil em repasses da União.
O Ministério do Turismo já depositou na conta bancária
vinculada ao contrato 50% do valor, contudo a Caixa Econômica informou que
nenhuma quantia chegou a ser desbloqueada, tendo em vista “a existência de
pendências técnicas e documentais a serem solucionadas pelo município”.
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