Agricultores irrigantes preparam movimento para mostrar a população que não são os ‘vilões’ no consumo de água no Vale do Açu

agosto 26, 2015

O Rabiscos do Samuel Junior tomou conhecimento hoje (26) que os agricultores irrigantes do Vale do Açu realizarão um movimento, provavelmente na próxima semana, quando mostrarão a população que eles não podem ser considerados como os ‘vilões’ no consumo da água liberada da barragem Armando Ribeiro Gonçalves.

E para isso eles já estão munidos de muitas informações sobre os principais consumidores/usuários de água do rio Açu, no trecho entre a barragem Armando Ribeiro até a cidade de Pendências.

Os dados mostram a utilização da Caern para levar água para o consumo humano através de três adutoras: Jerônimo Rosado (Mossoró, Assú e Serra do Mel), Sertão Central Cabugi (Angicos a Riachuelo) e Alcanorte (Macau e Guamaré). O volume consumido chega a 418.521 m3/semana.

Para a Termoaçu, a Agência Nacional de Águas (ANA) liberou para operar todos os dias da semana e durante as 24 horas do dia. Um tratamento igual ao da Caern, que diferentemente da termelétrica, utiliza a água para fornecer para a população de várias cidades do estado. O volume utilizado pela Termoaçu chega a 169.344 m3/semana.

Já o Distrito Irrigado Baixo Açu (Diba), que tem um total de 156 irrigantes, está sendo tachado como maior usuário. Através de números os irrigantes discordam dessa afirmação. E fizeram os cálculos para o Rabiscos do Samuel Junior.

A vazão liberada pela ANA para o perímetro irrigado é de 1,44 m3/seg, podendo operar somente quatro vezes por semana, durante 14 horas nos dias liberados. Pelos cálculos, o volume numa semana chegaria a 290.304 m3.

Atualmente, por ter problema em sua captação com nível, em mais de 50% dos horários em que é permitido bombear a água do rio, o Diba só consegue operar com a metade da vazão autorizada. Ou seja, está consumindo bem menos do que os 290.304 m3 permitidos por semana.

Os irrigantes dizem ainda que o Diba abastece cinco comunidades rurais com custo zero pela água para cerca de 450 famílias; garante o sustento de 3.500 empregos direto; gera um faturamento bruto anual de R$ 55,0 milhões, com estimativa de geração de R$ 5,6 milhões em ICMS na compra de insumos agrícolas.

Os agricultores irrigantes dizem ainda que o faturamento da Termoaçu chega a R$ 129,6 milhões/mês ou R$ 1,5 bilhão/ano. Como a cobrança do ICMS é no consumo e não na geração da energia, ela não gera ICMS para o RN na produção de energia. Dizem ainda que diferentemente da agricultura irrigada, os empregos gerados pela Termoaçu não chegam a 100 empregos diretos.

Os agricultores querem mostrar para a população que o estado do RN, após quatro anos de secas severas e com perspectiva do próximo ano também ser seco, não pode entregar a Termoaçu – que na opinião deles não promove nenhum beneficio econômico ou social para o RN - o bem mais importante neste contexto (água), quando existem cidades no RN com colapso de água.


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