- julho 29, 2012
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Dia de domingo... Dia de reflexão.
Leia o ótimo artigo do jornalista potiguar Gaudêncio
Torquato, publicado no Estadão.com.br
O estado de violência
GAUDÊNCIO
TORQUATO, JORNALISTA, PROFESSOR TITULAR DA USP; É CONSULTOR POLÍTICO E DE
COMUNICAÇÃO. TWITTER: @GAUDTORQUATO - O Estado de S.Paulo
"Do rio que tudo arrasta se diz que é
violento. Mas ninguém diz violentas as margens que o comprimem." A frase
lapidar de Bertolt Brecht pode ser o ponto de partida para uma reflexão sobre a
sensação de insegurança que, segundo recente relatório da ONU, é a maior do
mundo e atinge 70% dos brasileiros. São Paulo, a maior metrópole do País,
registra 1% dos homicídios do mundo, mesmo tendo só 0,17% da população global.
Os indicadores do estado de violência na capital - assassinatos, estupros,
roubos de cargas e de veículos, arrastões - aumentaram seguidamente nos últimos
meses (homicídios, 47% em junho), expandindo as correntes de medo e comoção,
que desaguaram no assassinato de Tomasso Lotto, italiano de 26 anos que
escolhera o Brasil para morar e trabalhar. Lotto chegou na sexta e morreu no
sábado, 21.
A constatação do secretário de Segurança Pública,
Antonio Ferreira Pinto, de que São Paulo vive uma "escalada de
violência", devendo se encaixar o homicídio do jovem italiano na paisagem
de eventos corriqueiros que ocorrem "em Cidade Tiradentes, em Itaquera e
no Jardim Ângela", não responde à questão central: qual a razão do pico de
violência no ciclo em que 30 milhões de brasileiros entram no andar da classe
C? Ou, para seguir a pista oferecida pelo dramaturgo alemão, não teria havido
descompressão das margens para aliviar a carga de violência do rio? Algo soa
estranho. O Brasil do resgate social da era Lula, cantado em prosa e verso
porque transformou sua pirâmide em losango com o adensamento das classes médias
e o estreitamento das margens de pobreza, aponta para uma composição menos
desigual, mais harmônica e, por isso mesmo, menos conflituosa.
Essa é a leitura apropriada de uma paisagem pintada
com os traços da distribuição de renda e de menor desigualdade entre classes. A
recíproca é verdadeira. Apregoa-se que a exclusão social desencadeia violência
por transformar a indignação, a contrariedade de amplos contingentes, a fúria
de grupamentos marginalizados em linguagem e arma contra a ordem estabelecida.
Os excluídos da mesa social, explicam a sociologia e a psicologia, tendem a
ultrapassar as fronteiras da sociabilidade e da civilidade, distanciando-se de
práticas civilizatórias da modernidade e se aproximando da barbárie. Atos
radicais contra pessoas e organizações constituiriam reflexo de tal condição.
Como se pode aduzir, as hipóteses parecem lógicas. Mas não são as únicas que
explicam a fenomenologia da insegurança e da harmonia social.
Observe-se, por exemplo, a aparente contradição
entre a expansão do progresso social, aqui entendido como elevação dos padrões
de vida de classes menos favorecidas, e o incremento da violência no País.
Basta analisar as taxas de criminalidade que se expandem no Sudeste, região que
detém o maior PIB nacional. Desde a década de 70, os homicídios quadruplicaram
em São Paulo e triplicaram no Rio de Janeiro. Mais de cem pessoas morrem no Brasil
todos os dias, vitimadas por armas de fogo. No Rio a taxa é maior que o dobro
da média nacional. Os motivos são conhecidos. Ali, ao longo de décadas,
travou-se uma luta renhida entre traficantes e forças policiais, dentro de uma
complexa anatomia urbana, ocupada por favelas que, até há bem pouco, eram
consideradas território imune ao império da lei. Hoje, o "país"
informal dominado pela criminalidade cede lugar ao Estado formal, que
desenvolve árdua tarefa de pacificação nas comunidades.
Já São Paulo, o maior aglomerado urbano do País,
comporta uma população equivalente à de dez cidades de mais de 1 milhão de
habitantes. Sua cadeia de problemas se deve ainda ao intenso processo de
conurbação que liga a capital a 38 municípios no entorno, formando um agregado
de cerca de 20 milhões de pessoas. Com tal gigantismo, não surpreende que a
região seja abrigo das maiores carências nacionais, a começar da segurança
pública. São Paulo e Rio contabilizam mais da metade dos crimes violentos do
País.
Chega-se, neste ponto, à indagação central: a elevação dos padrões de
cidadania - pelo acesso de contingentes marginais ao mercado de consumo e aos
direitos básicos dos cidadãos - contribui para a harmonia social? A considerar
a planilha de expansão dos crimes, não. Ora, se a resposta é negativa, que
fatores explicam o aumento da violência? O primeiro é, seguramente, a ausência
do poder do Estado.
O descaso e a omissão dos governos nas frentes dos
serviços públicos essenciais são responsáveis pela institucionalização da violência.
Agrupam-se nesse vácuo falhas nas áreas de prevenção da segurança, deficiências
dos sistemas de saúde, transportes, habitação, educação, etc. As carências
abrem espaço a múltiplas formas de violência. Criminosos fazem do crime seu
meio de vida. Bafejados por defasadas leis penais, entram em regime de
progressão da pena, ganham indulto e liberdade condicional. E retornam ao mundo
do crime. Veja-se mais um dado da desorganização: há 514 mil pessoas presas no
País e cerca de 500 mil mandados de prisão aguardando cumprimento, 360 mil só
no Sudeste. Que segurança se pode ter diante desse quadro?
Um tipo de violência leva a outro. O desarranjo
decorrente da ausência dos braços do Estado induz parcelas sociais a descumprir
obrigações, desrespeitar leis, fugir ao império da ordem, como se pode
constatar nas violações no trânsito ou nas teias de corrupção que se
multiplicam nos subterrâneos da administração pública. E o que dizer da
violência do próprio aparato policial, cujas condições de vida digna deixam a desejar,
a partir de uma miserável remuneração? A violência que viceja no seio das
polícias decorre, pois, da violência institucionalizada, cujo responsável maior
é o Estado. À guisa de conclusão, com um adendo à lição de Brecht: além das
margens, ninguém diz violentas outras áreas que comprimem o rio.
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- julho 29, 2012
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domingo – 29 de julho
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Coligação/Candidato |
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Município: Assú |
Hora
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Compromisso
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Local
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‘A Verdade Vencerá’
George Soares (prefeito)
Danúbio Medeiros (vice)
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8h
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Visita e comício
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Panon II
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‘Assú Cada Vez Mais Forte’
Ivan Júnior (prefeito)
Eurimar Nóbrega (vice)
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7h30
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Caminhada do Terço dos Homens
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Saída da igreja Irmã Lindalva
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10h
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Reuniões
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Diversas comunidades rurais
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Município: Ipanguaçu
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Hora
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Compromisso
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Local
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‘Aliança do Povo’
Leonardo (prefeito)
Josimar (vice)
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16h
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Visita
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Comunidade Luzeiro
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‘Vontade do Povo’
Rizomar (prefeita)
Ednalva (vice)
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Visita a correligionários
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Zona rural
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Rabiscos do Samuel Junior: O candidato a prefeito ou
vereador que quiser divulgar sua agenda de campanha, basta enviar até as 22h para
o e-mail samuelnfj@gmail.com que
publicaremos no dia seguinte, logo pela manhã.
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- julho 29, 2012
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Na edição de hoje (28) do Diário Oficial do Estado
(DOE) foi publicada a convocação dos professores aprovados no concurso público
do Governo do RN.
Confira a relação aqui
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- julho 28, 2012
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Foto: Jean Lopes |
Ao participar ontem (27) da primeira mobilização da
coligação ‘Assú Cada Vez Mais Forte’, o vice-governador Robinson Faria não só
manifestou seu apoio a candidatura de Ivan Júnior a prefeitura de Assú, como
também fez muitos elogios ao gestor municipal.
Em seu discurso no comício realizado na rua 11 de
Agosto, o vice-governador Robinson Faria afirmou que a última administração
mudou a história da cidade e que Ivan Júnior é um dos melhores prefeitos não só do
Vale do Açu, mas de todo o Rio Grande do Norte.
Postagem editada com informações da assessoria de
campanha da coligação ‘Assú Cada Vez Mais Forte’.
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- julho 28, 2012
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Foto: Assessoria da coligação |
Ontem (27),
George Soares e Danúbio Medeiros realizaram mobilização política no bairro
Frutilândia.
Acompanhados dos candidatos a vereador que apoiam a coligação ‘A Verdade Vencerá’, George e Danúbio realizaram visitas domiciliares e comícios relâmpagos.
Acompanhados dos candidatos a vereador que apoiam a coligação ‘A Verdade Vencerá’, George e Danúbio realizaram visitas domiciliares e comícios relâmpagos.
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- julho 28, 2012
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