O Ministério Público Federal (MPF) denunciou o português Rui
Jorge Pimentel Rodrigues Pereira, também conhecido como Rui Carolas, por
lavagem de dinheiro. Entre 2012 e 2015, ele adquiriu na região metropolitana de
Natal imóvel e diversos carros de luxo com o dinheiro ganho ilegalmente através
de atividades ilícitas como o tráfico de entorpecentes. Extraditado em março
deste ano, encontra-se preso em Lisboa.
Em novembro de 2013, Rui Jorge comprou, por meio da
companheira, um lote no condomínio Green Club III, em Parnamirim (RN),
construiu sua casa e residia nesse local até ser preso em 2015. Em março de
2014 ele adquiriu, com o nome falso de Rui da Silva Pereira, um veículo de luxo
Durango Crew, por R$ 170 mil. Já em agosto do mesmo ano, abriu a Plenarium Café
Bistrô - localizada no bairro de Lagoa Nova, em Natal - e utilizou a empresa
para lavar o dinheiro ilícito e também simular a existência de renda compatível
com o padrão de vida que levava.
Os gastos se seguiram e, em setembro de 2014, adquiriu outro
veículo de luxo, uma BMW X3 Xdrive28I. No ano seguinte foi a vez de comprar um
Infiniti FX 35, no valor de R$ 130 mil, pagos em espécie. Esse carro foi logo
transferido para o nome da irmã de sua companheira. Em todos os anos que esteve
no Brasil, para onde veio em 2008 (poucos dias após sua condenação em Portugal
transitar em julgado), nunca apresentou declaração de imposto de renda.
Na nova ação penal, o português deverá responder por lavagem
de dinheiro. O MPF concluiu que “Diante de todas as provas (...), é
incontestável que o patrimônio de Rui Jorge decorreu do tráfico internacional
de drogas e que o denunciado buscou ocultar e dissimular a origem ilícita de
seus bens ao registrá-los em nome de interpostas pessoas, ao utilizar
empreendimento comercial para 'lavar' o dinheiro oriundo do crime ou mesmo ao
fazer uso de cartões de crédito titularizados por sua companheira”.
Em 12 de agosto de 2015 - em uma fiscalização de rotina da
Polícia Rodoviária Federal de Mamanguape, na Paraíba -, Rui Carolas se
apresentou com CNH, CPF, RG e carteira de reservista falsos, em nome de Rui da
Silva Pereira, que seria brasileiro nato. Os policiais desconfiaram do
nervosismo e do forte sotaque. Ao realizar busca no veículo, encontraram uma
mala com R$ 92 mil em espécie e logo descobriram o nome verdadeiro do suspeito,
foragido da justiça de Portugal, onde já havia sido condenado por tráfico de
drogas e porte de armas.
Preso em flagrante, também foi denunciado e condenado no
Brasil por falsidade ideológica, a três anos e três meses de reclusão,
substituídos por penas alternativas. Quando do oferecimento da ação por
falsidade, o MPF solicitou a instauração de novo inquérito policial para
apuração dos indícios da prática de crimes de lavagem de dinheiro, o que
resultou na nova denúncia.
Em Portugal, Rui Jorge foi flagrado no ano de 2000 com cerca
de 6,3 kg de heroína, 58 gramas de cocaína, 4 kg de haxixe e 425 comprimidos de
“ecstasy”. Naquele país, foi condenado a dez anos e seis meses. O MPF aponta
que “(...) há fortes elementos de prova de que o denunciado se dedica ao
tráfico internacional de drogas há duas décadas”.
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- setembro 17, 2018
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