Relatório do Lais/UFRN recomenda parar por 15 dias retomada das atividades para observar tendência da pandemia no RN

julho 26, 2020

O RSJ acessou um relatório do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (Lais/UFRN) intitulado ‘Rio Grande do Norte: uma análise da taxa de transmissibilidade (Rt)’, datado de 24 de julho. O trabalho faz uma abordagem da ‘Evolução da Rt no Rio Grande do Norte anterior à Fase 3 da reabertura econômica’.

Com um conteúdo vasto o relatório revela que “o cenário da pandemia no Rio Grande do Norte, até o dia 24 de julho de 2020, tem apresentado promissoras melhoras”.

Na sequência o relatório aponta que “no estado, o processo de retomada gradual ocorreu por meio de planos e decretos instituídos por governantes, do estado e dos municípios. Contudo, houve desarmonia das ações que, em tese, deveriam ocorrer de maneira conjunta, sinérgica e colaborativa. Desse modo, esses aspectos, quando observados no tempo e nos modos especificados em cada decreto dos processos de retomada, podem estar precipitando um efeito contrário ao desejado. A exemplo, é importante destacar que, recentemente, foi divulgado para a população, por meio da mídia e das redes sociais, que durante a segunda fase do processo de retomada ocorreram diversos pontos de aglomerações. O caso de Ponta Negra foi emblemático e teve repercussão inclusive nacional...”

O relatório adverte que “a baixa fiscalização empregada nos primeiros 15 dias do processo de reabertura e a falta de conscientização social diante da gravidade atual da situação sanitária podem, em poucos dias, mudar a direção das tendências epidemiológicas e, consequentemente, do quadro assistencial, os quais apresentaram melhoras”.

Sobre a análise da taxa de transmissibilidade (ou taxa Rt) dos municípios do Rio Grande do Norte, o relatório aponta que “o estado, de uma forma geral, vinha apontando melhoras significativas nesse indicador, o qual, somado aos demais, apresentava condições para retomada econômica. Nesta última semana, após três semanas consecutivas de quedas, os valores tornaram a crescer, principalmente nas regiões de saúde de Mossoró e Pau dos Ferros”.

Nas ‘considerações’ o estudo diz que “é importante denotar que houve, sim, avanços importantes na condução da pandemia no Estado do RN. Isso foi percebido tanto na dimensão do controle epidemiológico, quanto na dimensão da oferta dos serviços assistenciais. Os aspectos epidemiológicos foram observados nos últimos 30 dias, quando a taxa de transmissibilidade começou reduzir de maneira mais sustentada, e agora, nos últimos 15 dias, esse fator se consolida quando a imprensa nacional apresenta a média móvel com os óbitos em queda no RN. Na dimensão assistencial, foi possível verificar, no RegulaRN, uma ampliação significativa no número de leitos de UTI para covid-19, o que comunicou com a redução também da lista de pacientes em todas as regiões de saúde. O transporte sanitário também foi ampliado, o que também é um resultado importante”.

Em seguida, aponta que em relação a uma mudança da taxa de transmissibilidade, “...não é possível avançar para a fase três do processo de retomada gradual das atividades econômicas, pois entende-se a necessidade de se ter um maior tempo para observação dos indicadores de monitoramento que, por ora, começam a mostrar mudança de comportamento”.

Diz ainda que “cabe destacar que os dados recentes não permitem ainda compreender se esse fenômeno se caracteriza com uma tendência. Porém, é preciso considerar que as filas recentes nas agências do banco para pagamentos dos benefícios sociais, as aglomerações sem fiscalização e a baixa capacidade informativa e educacional para conscientização da população por meio do poder público poderão colocar o RN em situação crítica novamente, em que outras centenas de vidas poderão ser perdidas, algo não desejado por ninguém neste momento”.

No final do trabalho são apontadas as recomendações. Confira:

Reprodução
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2 Comentários

  1. Blog de credibilidade e que tem acesso a documentos que muitos não tem. O Rabiscos saiu na frente nessa matéria. Parabéns Samuel!

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  2. Boa noite,

    Outro dado relevante a ser observado, diz respeito ao número de mortes a cada 100 mil habitantes, aqui no RN, esse número aumentou significativamente, entre os dias 14 e 22 de julho, entre todas as capitais do país, o Natal ocupa a 10° colocação em mortes, a cada 100 mil habitantes, enquanto São Paulo, por exemplo ocupa a 14 colocação.
    A falta de discernimento das pessoas irá causar uma catástrofe .
    Antonio

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