Proposta exige transparência sobre pesquisas eleitorais
novembro 08, 2019
A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e
Informática na Câmara dos Deputados aprovou projeto de lei que tem o objetivo
de criar uma lei específica para as pesquisas eleitorais, com regras detalhadas
sobre o registro das empresas e das pesquisas, divulgação de resultados, acesso
aos dados das pesquisas, impugnações e penalidades.
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A principal inovação do texto está relacionada à
transparência. As pesquisas serão inscritas em um sistema eletrônico à
disposição da população, que também terá acesso às informações sobre o
instituto de pesquisa, o valor total da pesquisa, a origem dos recursos
despendidos pelo contratante e a metodologia aplicada. Atualmente, a lei obriga
que as pesquisas sejam registradas na justiça eleitoral, mas apenas partidos e
coligações podem solicitar informações aprofundadas sobre os levantamentos
divulgados na imprensa.
A proposta também prevê que Ministério Público, candidatos,
partidos políticos e coligações acionem a justiça em busca de dados adicionais,
incluindo as informações dos dispositivos usados pelos pesquisadores, como as
gravações das entrevistas.
Além do registro das pesquisas – já exigido pela legislação
atual –, a proposta obriga o cadastro prévio dos institutos responsáveis pelas
sondagens. Apenas as empresas com inscrição no TSE poderão ser contratadas para
pesquisas eleitorais. O texto ainda detalha os dados a serem inscritos sobre as
pesquisas, margens de erro e outros pontos de metodologia.
Pela proposta, o instituto que desrespeitar as regras ou
praticar fraude nas pesquisas poderá ser multado em até R$ 100 milhões. A
fraude também poderá resultar na perda do registro da empresa e na divulgação
dos dados corretos com o mesmo espaço e no mesmo veículo impresso ou
eletrônico.
Os partidos também poderão recorrer à impugnação da pesquisa
eleitoral para impedir ou suspender a divulgação de pesquisa questionada. As
regras para a impugnação, no entanto, vão depender de regulamento do TSE.
O texto será analisado pela Comissão de Constituição e
Justiça e de Cidadania antes de ir a voto no plenário da Câmara dos Deputados.
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