Artigo de professor da Uern esclarece sobre a grafia do nome do município de Assú
março 27, 2016
Através de e-mail o Rabiscos do Samuel Junior recebeu um artigo
de autoria do professor do campus da Uern em Assú, Joacir Rufino de Aquino.
No artigo, Joacir esclarece alguns pontos sobre a grafia do
nome do município de Assú.
Vale a pena a leitura.
A polêmica em torno da
grafia do nome do município de Assú
Joacir Rufino de
Aquino (Economista, professor e pesquisador da UERN)
Há uma grande polêmica
em torno da escrita correta do nome do município de Assú, situado
geograficamente na porção oeste do semiárido potiguar. No papel timbrado da Prefeitura
o nome da localidade aparece com “SS” e acento agudo no “Ú” (Assú). A maior parte
das pessoas, porém, prefere escrever com “Ç” e sem acento na vogal em que
termina a palavra (Açu). Já outros usam o caminho do meio, escrevendo com “SS”
e sem acento no “U” (Assu), sendo esta a forma empregada costumeiramente no
âmbito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
Em uma simples
caminhada pelas ruas da cidade percebe-se que o nome do município é escrito em
placas e nas faixadas comerciais das três maneiras simultaneamente.
Da mesma forma, não é
incomum encontrar algum documento público que apresente o mesmo problema, onde
a confusão sobre a grafia do nome do município se manifesta no começo, no meio
e no fim dos enunciados. Inquieto com a situação, em 2008, o professor Gilton
Sampaio, do Campus de Pau dos Ferros/UERN, enviou uma mensagem ao colega Messias
Dieb (na época docente do Campus de Assú/UERN e hoje na Universidade Federal do
Ceará - UFC), com as seguintes perguntas: “Dieb, qual a grafia correta do nome
do município em que você trabalha? Dizem que há flexibilidade entre Açu/Assu,
mas também é permitido Açú/Assú?”.
Na tentativa de
esclarecer a dúvida do amigo pauferrense, e de muita gente, o professor Dieb
respondeu: “Gilton, a grafia do nome Assú/Assu/Açú/Açu tem sido motivo de polêmica.
Em função disso, o Júlio César (que foi professor do Departamento de Letras do Campus
de Assú/UERN e também está hoje na UFC) fez uma pesquisa diacrônica para descobrir
como era a verdadeira grafia. Consultou documentos muito antigos, inclusive do comecinho
do século XIX. Teve acesso ao documento oficial (registrado em cartório) que elevava
a localidade ao status de município e, nesse documento, e em vários outros, ele
encontrou a grafia ASSÚ (com SS e o acento transgressor da norma culta). Embora
o registro oficial seja assim, muitas pessoas querem - cada uma - criar suas
próprias normas de grafar o nome da cidade. O resultado é um pandemônio lexical
desnecessário”.
O trecho transcrito do
diálogo destacado, de modo bastante preciso, contribui para pôr ordem na casa.
O nome “próprio” do município em foco, segundo o seu registro oficial em
cartório, deve ser escrito ASSÚ! Qualquer outra grafia, mesmo que siga um
critério semântico e seja amparada institucionalmente, não é correta. A palavra
AÇU, originária do vocabulário indígena, por sua vez, deve ser utilizada tão
somente para designar a microrregião banhada pelo Rio Piranhas, a qual é
denominada de VALE DO AÇU. A distinção entre os termos é clara, conforme lembra
o historiador assuense Ivan Pinheiro, mas, infelizmente, ela não tem recebido a
devida atenção por parte das instituições de ensino e da maioria da sociedade
local.
Portanto, seria de bom tom o poder público municipal trabalhar o tema e procurar esclarecer a população a respeito. Inclusive há indícios de uma ideia de modificar oficialmente o nome da cidade para sua variante indígena, Açu. A iniciativa é pertinente, uma vez que valorizaria a história cultural dos primeiros habitantes da área e também ajudaria a ajustar a sua grafia à norma culta da gramática vigente nos nossos dias. No entanto, a proposta não avançou e o nome do município continua igualzinho ao de sua emancipação política em 16 de outubro de 1845, ou seja, Assú com “SS” e acento no “Ú”. O que muda a cada instante é a forma incorreta de escrevê-lo, ora de um jeito, ora de outro, alimentando uma confusão inteiramente desnecessária dentro e fora de suas fronteiras territoriais.
Portanto, seria de bom tom o poder público municipal trabalhar o tema e procurar esclarecer a população a respeito. Inclusive há indícios de uma ideia de modificar oficialmente o nome da cidade para sua variante indígena, Açu. A iniciativa é pertinente, uma vez que valorizaria a história cultural dos primeiros habitantes da área e também ajudaria a ajustar a sua grafia à norma culta da gramática vigente nos nossos dias. No entanto, a proposta não avançou e o nome do município continua igualzinho ao de sua emancipação política em 16 de outubro de 1845, ou seja, Assú com “SS” e acento no “Ú”. O que muda a cada instante é a forma incorreta de escrevê-lo, ora de um jeito, ora de outro, alimentando uma confusão inteiramente desnecessária dentro e fora de suas fronteiras territoriais.
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1 Comentários
Ótimo artigo!
ResponderExcluirCarlos Henrique / Médico Veterinário.
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