MPF/RN apresenta nova denúncia contra envolvidos em corrupção no Dnit
novembro 27, 2014
O Ministério Público Federal no Rio Grande do Norte
apresentou uma nova denúncia relacionada à operação Via Ápia, deflagrada pela
Polícia Federal em 2009.
Os denunciados são Gledson Golbery de Araújo Maia, Fernando
Rocha Silveira, Luiz Henrique Maiolino de Mendonça, Gentil Newton Evaristo
Linhares e Wladimir Moreira da Silva.
O grupo é acusado de corrupção passiva e de oferecer
vantagem indevida a funcionário público (Gentil e Wladimir). A nova ação penal
também é resultado de desdobramentos da operação Mão Dupla, por meio da qual se
apurava o desvio de recursos públicos geridos pelo Dnit e o envolvimento de
diversas empresas de engenharia no Ceará.
Durante o cumprimento de mandatos de busca e apreensão, em
Fortaleza, foram localizados documentos com planilhas que faziam referência a
pagamentos realizados pelos sócios da Construtora G & F Ltda., a servidores
do Dnit lotados no Rio Grande do Norte.
Uma das planilhas encontradas na sede da empresa faz
referência a “despesas operacionais” e contém uma coluna com nomes de cidades,
duas delas do RN: Ceará-Mirim e João Câmara. Ao lado de tais nomes há a
indicação de pagamentos de valores em favor de diversas pessoas, dentre elas os
denunciados Fernando Rocha, Luiz Henrique Maiolino e Gledson Golbery de Araújo
Maia, todos então servidores do Dnit.
No documento constam os nomes de “Gleidson” e “Dnit”
associados ao valor R$ 4 mil, e, logo acima, o nome de “Maiolino” e “Dnit”
associados ao valor R$ 2 mil. Ambos os nomes estão associados ao município de
“João Câmara/RN”. O nome de Fernando Rocha aparece relacionado ao município de
Ceará-Mirim e à expressão “valor variável”. Observada a conexão entre as
investigações do Ceará e do Rio Grande do Norte, e considerando que a
documentação encontrada na sede da Construtora G & F Ltda. referia-se ao
pagamento de vantagens indevidas, a chamada “propina”, a justiça autorizou o
compartilhamento das provas colhidas nas operações Mão Dupla e Via Ápia.
De acordo com a denúncia do MPF, a partir de então foi
possível confirmar a existência de uma extensa rede de corrupção no Dnit/RN,
que possibilitou o favorecimento indevido de empresas em licitações, em
contratos públicos e na execução de obras. Tais irregularidades são atribuídas
aos servidores Fernando Rocha, Gledson Maia e Luiz Henrique Maiolino, que
recebiam propina das empresas contratadas.
Em relação à Construtora G & F, a empresa mantinha, no
ano de 2009 (ano indicado na planilha de valores encontrada), contratos com o
Dnit, sendo um deles no valor de R$ 20,4 milhões. O objeto era a execução dos
serviços de restauração e manutenção da BR-406, no trecho Macau e João Câmara.
Havia ainda outros dois contratos envolvendo diversas
rodovias federais que cortam o estado. Para o MPF/RN, o envolvimento dos outros
dois denunciados, Gentil Newton e Wladimir Moreira da Silva, sócios da
construtora, também é evidente.
A ação penal ainda não possui sentença e está conclusa ao
juiz desde maio de 2014.
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