MPF confirma denúncia contra ex-senador José Agripino na Justiça Federal do RN
junho 03, 2019
O Ministério Público Federal (MPF) ratificou, junto à
Justiça Federal do Rio Grande do Norte, a denúncia contra o ex-senador José
Agripino Maia por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. As acusações tratam
do esquema de propina durante as obras de construção do estádio Arena das
Dunas, em Natal, entre 2012 e 2014. O MPF solicitou ainda a inclusão de José
Adelmário Pinheiro Filho - o ‘Léo Pinheiro’ - na denúncia, para que o
empreiteiro responda por corrupção ativa.
Em relação ao ex-senador, a denúncia foi inicialmente
oferecida perante o Supremo Tribunal Federal (STF), em setembro de 2017, pela
Procuradoria-Geral da República (PGR), já que José Agripino era detentor de
prerrogativa de foro, devido ao cargo de senador. A ação penal agora foi
remetida à primeira instância, tendo em vista que o mandato se encerrou e ele
não conseguiu ser eleito deputado federal, no último pleito.
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Informações obtidas a partir da ‘Operação Lava Jato’, bem
como em documentos complementares, apontaram que o então senador recebeu
propina por meio de depósitos em dinheiro em conta pessoal e mediante “doações
eleitorais oficiais” ao Partido Democratas (DEM), do qual era presidente do diretório
nacional. O dinheiro foi repassado pelo grupo empresarial OAS, presidido na
época por Léo Pinheiro.
A propina, ressalta o MPF, foi paga em troca da prestação de
favores políticos e parlamentares que atendessem aos interesses da empreiteira,
sobretudo no tocante à construção do estádio Arena das Dunas, para a Copa do
Mundo de 2014. José Agripino contribuiu com a “superação de entraves” para a
liberação de parcelas do financiamento do BNDES, em 2013, buscando intervir
junto aos tribunais de contas da União e do Estado do Rio Grande do Norte (no
âmbito dos quais havia controvérsia sobre a liberação dessas verbas).
Em troca, o grupo empresarial fez repasses de, no mínimo, R$
654.224; além de pagamentos indevidos através de “doações eleitorais oficiais”
que totalizaram pelo menos R$ 250 mil. O pedido de inclusão de Léo Pinheiro na
denúncia se deve ao fato de o empreiteiro se tratar da pessoa diretamente
responsável pelo repasse das propinas ao ex-senador, com quem mantinha contato
constante.
A primeira turma do STF, por maioria de votos, recebeu a
denúncia em 12 de dezembro de 2017. A defesa de José Agripino chegou a
recorrer, mas os embargos de declaração foram rejeitados por unanimidade pela
mesma primeira turma, em agosto de 2018.
O Ministério Público Federal requer aproveitamento dos atos
decisórios e processuais já praticados. A ação penal, além da condenação pelos
crimes, requer a reparação dos danos materiais e morais causados, “em um valor
mínimo de R$ 900 mil”, bem como a decretação da perda da função pública, caso
os réus sejam detentores de cargo ou emprego público ou mandato eletivo.
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