Ministério Público apura esquema de fraudes em cartório no RN e tabeliães são afastados
abril 13, 2018
O Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN) deflagrou
nesta sexta-feira, 13, a operação Senhorio. O objetivo é apurar um recorrente
esquema de fraudes cometidas no cartório único de Extremoz, na região
metropolitana de Natal. São investigados os crimes de falsidade
ideológica, corrupção ativa e passiva, estelionato e lavagem de dinheiro. Dois
tabeliães substitutos foram afastados de suas funções. Um mandado de busca e
apreensão pessoal foi cumprido com o apoio da Polícia Militar.
Com a conclusão das investigações, os tabeliães substitutos
Maria Lúcia Costa de Souza e Gustavo Eugênio Costa de Souza foram afastados de
suas funções. Além deles, o MPRN ofereceu denúncia contra o corretor do ramo
imobiliário Ronaldo da Costa Júnior e o empresário afegão Mahmood Sekander.
As investigações tiveram início após um cidadão denunciar ao
MPRN que um terreno que lhe pertencia em Extremoz havia uma outra escritura no
cartório da cidade, conferindo a propriedade a uma terceira pessoa. Segundo
apurou o MPRN, os denunciados Maria Lúcia Costa de Souza e Gustavo Eugênio
Costa de Souza possuem uma empresa em Extremoz de corretagem imobiliária, a GS
& Souza Empreendimentos Imobiliários Ltda, em atividade desde 31 de janeiro
de 2002. A empresa faz corretagem na compra, venda e avaliação de imóveis,
atividade incompatível com o exercício do tabelionato. Além disso, a sede da
empresa fica na casa de campo da família.
Com a quebra de sigilo bancário e fiscal de Maria Lúcia
Costa de Souza, constatou-se uma farta e ilícita movimentação financeira da
empresa GS & Souza Empreendimentos Imobiliários Ltda. - entrada e saída de
recursos financeiros -, além de diversas transferências suspeitas de recursos
por parte de várias imobiliárias e empresas do ramo de construção. Ficou
comprovado que os tabeliães possuíam um paralelo e ilegal comércio de compra e
venda de imóveis em Extremoz, movimentando em suas contas mais de R$ 1 milhão
por ano.
Com base na denúncia oferecida, o juiz de Extremoz decidiu
sequestrar os bens e bloquear as contas bancárias de João Soares de Souza,
Maria Lúcia Costa de Souza, Gustavo Eugênio Costa de Souza e Ronaldo da Costa
Júnior. Com o afastamento dos tabeliães, o juiz nomeou como substituto legal
para assumir as funções no cartório o delegatário da serventia extrajudicial de
Maxaranguape, Ranilson Maurício de Souza.
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