Zeca Abreu é denunciado pelo MPF por assinar ponto na Conab sem trabalhar
julho 07, 2014
O Ministério Público Federal (MPF) em Assú ingressou com uma
denúncia e uma ação de improbidade administrativa contra o servidor da
Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) José Antônio de Abreu, conhecido
como Zeca Abreu, e quatro de seus chefes.
Zeca Abreu não compareceu ao trabalho entre janeiro de 2012
e março de 2013, na unidade de abastecimento em Assú, mas continuou assinando a
folha de ponto e recebendo seus vencimentos.
O ex-vice-prefeito e ex-vereador do município poderá
responder por crime de falsidade ideológica. Além dele, quatro de seus chefes
durante o período também foram denunciados, pois assinavam a folha de ponto
como se ele estivesse trabalhando normalmente.
José Raimundo da Silva, Carlos Antônio Victor de Amorim e
José Onildo de Araújo foram chefes imediatos do ex-vereador, enquanto João
Maria Lúcio da Silva, superintendente regional da Conab à época, tinha
conhecimento das ausências e nada fez a respeito.
As ações do MPF, assinadas pelo procurador da República,
Victor Queiroga, apontam que os quatro admitiram, durante as investigações, que
sabiam das faltas de Zeca Abreu e mesmo assim assinaram as folhas de ponto,
permitindo o pagamento irregular do salário ao servidor. Zeca nunca teve de
responder a qualquer procedimento administrativo disciplinar dentro da
companhia.
Diligências da Polícia Federal constataram as reiteradas
ausências ao serviço, desde que ele foi removido para a unidade de abastecimento
da Conab em Assú. Em idas ao local, os agentes da PF comprovaram o não
comparecimento e confirmaram com outros servidores que o ex-vereador não
cumpria o expediente.
Zeca Abreu afirmou, durante as investigações, que não
recorda quantas vezes ia à Conab de Assú no período e admitiu que assinava as
folhas de frequência como se tivesse trabalhado todos os dias. Segundo ele, a
prática ocorria porque “ninguém reclamava”. Ele e os demais quatro réus poderão
ser condenados, na ação de improbidade, a ressarcimento do dano, perda da
função pública, suspensão dos direitos políticos, pagamento de multa e
proibição de contratar com o poder público.
Os cinco envolvidos foram denunciados ainda por falsidade
ideológica, crime que prevê pena de reclusão de um a cinco anos e multa,
podendo ser aumentada em um sexto pelo fato de serem funcionários públicos.
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