Quociente eleitoral: entenda como calcular

maio 28, 2012

Na eleição para prefeito e vice-prefeito é considerado eleito o candidato que obtiver a maioria dos votos válidos (sem contar brancos e nulos). Do mesmo jeito da escolha de presidente da República, governadores e senadores. Até aí a maioria dos eleitores entende muito bem!

Já na escolha dos vereadores a coisa fica mais complicada para se entender. Aqui é utilizado o mesmo sistema no pleito para deputado federal e estadual. Quem consegue mais votos não é necessariamente eleito. Para concretizar sua eleição, o candidato depende do quociente eleitoral e partidário.

Começou a complicar, não foi? Então siga meu raciocínio.

O quociente eleitoral é o resultado da divisão do número de votos válidos (todos os votos excluídos brancos e nulos), pelo de vagas a preencher no legislativo local.

Vamos usar o município de Assú, que possui 39.768 eleitores, como exemplo. Deste total vamos admitir que em outubro 35.500 compareçam as urnas, sendo que 500 votos serão brancos e 1.500 nulos. Sobram então 33.500 votos válidos. Então o quociente eleitoral em Assú será de 2.233 votos (33.500 dividido por 15 vagas).

Só poderão concorrer à distribuição dos lugares na Câmara Municipal, os partidos e coligações que alcançarem o quociente eleitoral. Pelo exemplo acima, para eleger um vereador, o partido ou coligação teria que conseguir, no mínimo, 2233 votos.

Se nenhum partido ou coligação alcançar o quociente eleitoral, até serem preenchidos todos os lugares, serão considerados eleitos os candidatos mais votados.

Agora vamos entender o quociente partidário!

O quociente partidário é a quantidade de cadeiras que cada legenda ou coligação terá. Para calcular o quociente partidário basta dividir o número de votos que o partido ou coligação obteve pelo quociente eleitoral. Quanto mais votos a legenda ou coligação conseguir, maior será o número de cargos destinados a ela.

Os cargos devem ser preenchidos pelos candidatos mais votados do partido ou coligação.

Entendeu agora porque nas eleições anteriores, aqui em Assú, teve candidato a vereador que não ficou com a vaga, mesmo sendo mais votado que outro de coligação diferente?

Compreendeu agora o motivo de tantas conversas de bastidores antes de se concretizarem as coligações?

Entendeu agora porque alguns candidatos são chamados como ‘batedor de esteira’?


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1 Comentários

  1. Excelente matéria, Samuel!
    Esclarecedora. Com certeza muita gente não entende os bastidores das coligações... O motivo pelo qual alguns partidos convidam tanta gente a candidatarem... Com certeza tem candidato a candidato que não sabe nem pra onde vai isso.

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