Servidores da Emater lançam carta aberta sobre greve
junho 16, 2008CARTA ABERTA PELO FUTURO DA EMATER-RN
Estamos em greve. A pauta de reivindicações não é muito diferente de outras greves por aí: reposição de perdas salariais, condições dignas de trabalho e a efetivação de um Plano de Cargos, Carreira e Salários (PCCS). A diferença está nas pessoas por trás da greve: nós, extensionistas rurais, que dedicamo-nos integralmente, participamos e estimulamos o processo de desenvolvimento rural sustentável do Rio Grande do Norte, através da assistência técnica à agricultura familiar e do apoio ao desenvolvimento social de comunidades rurais. Contribuímos, primordialmente, com a formação de cidadãos conscientes, críticos e participantes.
Possuímos uma história na Emater-RN, acreditamos na sua missão e seus valores e nos preocupamos com sua sustentabilidade. Por isso estamos em greve! Mas também por isso fazemos uma greve diferente. A luta por um PCCS não diz respeito apenas ao aumento de salários. Diz respeito, muito mais, à continuidade dos trabalhos da Emater-RN, A demanda pelos serviços da Emater-RN vem aumentando desproporcionalmente ao número de servidores. Sofremos a sobrecarga de trabalho e necessitamos de apoio e consideração. O nível salarial atual, a impossibilidade de ascensão profissional e a falta de reconhecimento do trabalho compõem um cenário que desestimula os profissionais e compromete a qualidade do atendimento à população.
Lutamos também pela isonomia. Contrariando o princípio da igualdade de direitos, presente na Constituição Federal, a Emater-RN mantém tratamentos diferenciados na jornada de trabalho, no salário e entre servidores de maior e de menor tempo de serviço.
As negociações que culminaram na greve começaram há vários meses. Formulamos propostas e buscamos o diálogo, mas o governo não acatou nenhuma das reivindicações. Tal atitude demonstra que ao Governo do Estado somente interessa os resultados do trabalho da EMATER, porque representa uma importante fonte de publicidade, e esquece os servidores que prestam o serviço de assistência técnica e extensão rural aos agricultores familiares com qualidade e responsabilidade.
Após o início da greve, nós, servidores, tentamos prosseguir as negociações. Há uma semana, o Governo do Estado pediu um prazo de dois dias para apresentar uma proposta. Mas até agora, não houve qualquer retorno oficial, nem mesmo para comunicar um adiamento do prazo inicial. Por isso, a greve prossegue e os servidores continuam em compasso de espera. E enquanto o governo não se pronuncia na capital, observa-se que no interior do estado, cresce o número de agricultores familiares que apóiam a greve e esperam por um desfecho favorável aos extensionistas.
Servidores da Emater-RN
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